Queridos Gêmeos - Harry Styles - Capítulo 5


Marcelo
Eu não os conhecia a tanto tempo, mas já percebi que eram um casal bonito em crise. Eu sai atrás dele e o vi saindo pela porta, ele parecia estar triste, magoado e estava quase chorando. Eu não queria, mas fui até ele.
- Harry! - O chamei.
- O que você quer? - Me olhou com raiva.
- Se acalme, quero apenas ajudar. - Levantei as duas mãos em sinal de rendição.
- Não quero a sua ajuda, sei me virar sozinho. - Saiu andando.
- Sabe se virar tão bem que está perdendo a mulher e os filhos sem perceber. - Ele parou de andar. - Vem aqui, vamos conversar.
Ele se virou, veio até mim e fomos para uma praça vazia ali por perto.
- Harry, o que realmente acontece entre vocês dois?
- Eu a amo, mas ela é fria comigo. Eu olho pra ela e tenho vontade de agarrá-la, mas ela ficaria muito irritada se eu fizesse. Ela faz tudo que eu falo parecer ruim, mas eu sei que lá no fundo ela só está decepcionada comigo e não quer parecer fraca. Eu tenho medo dela me esquecer e casar de novo.
- Ela ainda te ama, nunca vai te esquecer, vocês tem filhos.
- Ela vai fazer de tudo pra me deixar mal e nem longe deles, acredite. - Suspirou.
- São seus filhos também, e toda vez que ela olhar pra eles, vai se lembrar de você, ou de tudo que passaram.
- Mas eu quero, eu preciso ter ela de volta.
Parei um pouco e pensei bem na causa da situação.
- Porque traiu ela? Você não a ama? - O olhei confuso.
- Eu estava sentindo a falta de... Bom, você sabe. Mas não podia porque eu não sou tão delicado quando penso e a gravidez era de risco. Nesse dia eu estava precisando mais que nunca, então fui beber pra esquecer. Mas bebi demais e acabei aceitando a proposta de uma garota de programa que estava no bar.
- Ah... E como foi que ela descobriu?
- Eu mesmo a contei, mas foi uma péssima hora porque ela estava naquela fase da gravidez que se irrita e faz drama com tudo.
- Quando você vai embora?
- Não sei, tenho que curtir as crianças.
- Você vai ser um ótimo pai, eu sei.
- Obrigado. Imagino que você também. - Sorriu fraco.
Depois que conversei com Harry, o mesmo foi para o hotel onde disse que iria ficar. Foi um grande sacrifício fazer com que ele concordasse em ir, mas para o bem dele achei que seria o melhor a se fazer.
Eu tive que voltar, queria aproveitar meu filho.
Cheguei no quarto e a esposa de Harry falava com as crianças que estavam dormindo. Ela me olhou preocupada provavelmente achando que era Harry, mas logo voltou a atenção para os filhos.
Era de se perceber fácil o quanto ela se preocupava com ele, mas também era visível que ela jamais admitiria isso.
O quarto estava escuro e minha esposa estava dormindo. Então sentei na cadeira pra dormir, até porque que passei a noite em claro esperando Alisson nascer.
Você
Depois de cinco dias no hospital, tive finalmente alta. Infelizmente Gabriel teve que viajar para resolver assuntos de família, então me deixou. O importante é que ele prometeu manter contato e eu sabia que ele realmente faria.
Eu estava na fase de aprender a amamentar com duas crianças no colo e estava treinando isso sentada no sofá. Não posso mentir, era maravilhoso, mas para uma pessoa inexperiente como eu doía demais!
- Filho, calma! Isso machuca a mamãe! - Pedi.
Eu não conseguia parar de olha-los. Querendo ou não eles pareciam muito com o pai. Os olhos já estavam clareando e iriam ficar verdes. Eles são lindos.
- Cody, os olhos da Jessie são mais claros. - Passei a mão por seus cabelos carinhosamente. 
Apenas terminei a minha fala e a campainha tocou. Coloquei cada um em seu bebê conforto, me ajeitei e fui atender a porta.
- Veio ver seus filhos? - Observei Harry ali, me encarando manhoso.
Não quero nem imaginar como ele achou minha casa.
- Sim, posso entrar? - Me olhou com expectativa.
- Pode. - Respondi fria e observei melhor. - O que faz com as malas?
- Sobre isso, temos que conversar. - Suspirou.
- Fale. - Fechei a porta assim que ele entrou e parou.
- Posso ficar aqui com você até eu ir embora? - Me olhou preocupado e com uma feição de quem implorava silenciosamente.
- Como é? Claro que não! - Respondi rapidamente.
- Preciso aproveitar os bebês, logo terei que partir. - Me olhou em súplica.
- Não! - Respondi novamente.
- Por favor. - Soltou as malas no chão e se aproximou descaradamente. - Por favor. - Respirou fundo enquanto me olhava nos olhos. - Por favor... - Me tocou no rosto.
Por mais que eu odiasse admitir, aquele idiota ainda conseguia me persuadir de forma baixa.
- Tudo bem. - Suspirei vencida.
Ele sorriu grandiosamente agradecido, se sentou no sofá e passou a observar com delicadeza os dois pequenos seres que estavam inquietos e resmungões.
- Os olhos... - Ele sorriu encantado.
- Eu sei, eu sei. - Suspirei. - Alguns bebês nascem com olhos escuros e logo clareiam. 
- Devia ter me dito isso antes. - Riu fraco. - O que eles têm? Por que não param?
- Jess está com fome e Cody precisa dormir... de novo. - Ri baixo.
- Isso com certeza veio de você. - Me olhou achando graça.
- Tem razão. - Tive vontade, mas me recusei a sorrir para ele. - Já que está aqui, me ajude. Faça ele pegar no sono enquanto eu alimento a minha esfomeada. - Apertei levemente a bochecha de Jessie que já esboçava uma cara de choro.
- Ótimo, mas como eu o pego? - Me olhou inseguro.
- Você sempre segurou a Lux. - O olhei confusa.
- Eu sei, mas é diferente quando o filho é meu. - Deu ombros.
- Ok. - Revirei os olhos. - Aqui, segure-o bem. - O entreguei. - E você, vem comigo! - Peguei minha linda bebê e coloquei para amamentar.
O desconforto ainda estava bem presente, então eu sempre soltava um pequeno gemido discretamente.
- O que foi? - Harry me olhou preocupado.
- Amamentar se torna dolorido para algumas mulheres quando não se tem muita experiência. - Fechei os olhos. - Acho que nunca vou me acostumar com isso...
- Dói? - Estranhou.
- Pra mim é como se apertassem os meus seios, e isso dói muito.
- Perdão.
- Pelo que? - Perguntei confusa.
- Por fazer isso em certas horas. - Me olhou envergonhado.
Não pude deixar de rir.
- Em certas horas isso não incomoda. - Continuei a rir e ele me acompanhou.
Passamos um bom tempo em silêncio. Ele me olhava e eu fingia nem perceber.
- Amor... Harry! - Corrigi rapidamente. - Fez... fez ele dormir? - Gaguejei acidentalmente.
- Não, ele apenas fica me olhando. 
- Sorriu muito feliz.
Harry não parava de sorrir pelo que falei.
- Se quiser, coloque ele na cadeirinha. Vou fazer algo para o jantar, é só colocar as cadeirinhas na cozinha.
- Tudo bem. - Ele respondeu.
Fomos para a cozinha e Harry levou as crianças. Ele se sentou no chão se frente para eles e conversou como se fossem capazes de entender. Estava tudo bem, até que eles sorriram juntos e Harry começou a gritar repentinamente.
- Eles estão sorrindo! Que coisa linda! Sorriam para o papai de novo! - Ele sorria e gritava ao mesmo tempo.
- Vai deixar eles surdos! - Ri.
- Me desculpem. - Continuou a sorrir e se acalmou.
- E não se preocupe, eles riem até dormindo. - Sorri e voltei a cozinhar.
Enquanto as coisas cozinhavam, subi pra tomar um banho e deixei Harry com as  crianças.
Eu poderia finalmente tomar meu banho em paz! Ultimamente eu não podia tomar um banho demorado se as crianças estivessem sozinhas, mas agora podia relaxar. Tomei um banho devagar por conta dos pontos. Era complicado e bem doloroso, mas nada que eu não pudesse fazer sozinha.




2 comentários:

Eu fico feliz quando vejo os comentários de vocês, isso me inspira! As vezes eu fico desanimada pra escrever porque parece que ninguém está lendo ou acompanhando as histórias. Então comente, eu realmente me importo com seus comentários! Obrigada :)x.