Quando desliguei o
chuveiro, me lembrei das coisas que estavam cozinhando. Gritei Harry,
mas ninguém respondeu. Me enrolei na toalha e desci depressa.
Cheguei na cozinha e ele
estava mexendo com as panelas, mas olhava de dois em dois segundos e
sorria bobo para os nossos filhos. Porém isso mudou quando me viu ali.
Ficou me encarando de cima a baixo como se me visse pela primeira vez.
- O que? - Ergui uma das sobrancelhas. - Você já viu muito mais do que isso, até parece! - Dei as costas para voltar a subir.
- Espere! - Parei e o olhei. - Me deixe te ter por uma última vez?
Aquilo fez imediatamente
um arrepio se criar e descer como um raio da minha cabeça aos pés, mas
me contive para não deixar transparecer.
- Não sou nenhuma garota de programa. - Me virei e continuei a subir.
- Mas ainda é minha
mulher e a partir do momento que você diz "Sim, eu aceito.", o seu corpo
pertence a mim. - Disse com uma certa arrogância.
- Porém a partir do momento em que eu digo "Vamos nos divorciar.", não pertence mais. - O ignorei e subi.
Idiota, realmente está achando que iremos resolver mais uma briga dessa forma! Não mais!
Me troquei furiosa! Roupa simples, shorts e regata.
Ouvi o choro de Cody e desci depressa. Sim, eu já reconhecia choros.
- Estou chegando, meu
bebê! - Desci as escadas. - O que o idiota do seu pai fez agora? Te
bateu? - O insultei como se não estivesse presente.
- Eu nunca faria isso. - Disse me entregando o Cody, ele estava nervoso.
Peguei Cody e eu já sabia, fralda suja.
- Vamos tomar um banho!
Subi, enchi a banheira com água morna e fui tirando a roupa do Cody enquanto ele me olhava. Parecia estar bem animado.
- Gosta de ficar pelado, não é? Nunca vi tão parecido com seu pai.
Peguei Cody e comecei o banho. Ele batia os pezinhos e claro, eu tinha que segura-lo. Caso contrário ele iria se afogar.
Fiquei pensando em Harry
enquanto eu olhava para o meu pequeno. Ele poderia se casar e se
esquecer de nós. Aliás, ele tinha mil chances disso a mais do que eu.
Era jovem, bonito, não tinha nada a perder.
- Sabe Cody, talvez seu
pai me deixe para procurar alguém melhor. - Cochichei pensativa. -
Claro, eu sei. Fui eu quem pediu divórcio, mas eu o amo de verdade. Nada
prova mais isso do que minha vontade de vê-lo feliz. Não se preocupe,
eu não vou tirar nenhum direto dele. Ele poderá visitar vocês, brincar
com vocês... Mas eu... eu posso pedir uma coisa? - Funguei e senti
algumas lágrimas de decepção. - Quando ele trazê-la pra cá, não me
deixem de lado. Quando eu negar algo a vocês, não digam que prefeririam
ela do que a mim. Eu provavelmente vou chorar por dias e vocês são a
única coisa que eu tenho. - Olhei para Cody e percebi que me olhava
sério, havia parado de brincar como se pudesse me entender.
Respirei fundo e limpei as lágrimas imediatamente ao perceber o que fazia. Estou lamentando a minha vida para o meu filho recém-nascido.
Tirei-o da banheira e o sequei. Coloquei seu pijama, o deixei dormindo no quarto escuro e desci para pegar Jessie com Harry.
Harry
Eu havia colocado Jess
pra dormir enquanto Alice terminava o banho de Cody. Eu estava indo para
falar sobre isso, mas eu ouvi um choro baixo enquanto eu passava pelo
corredor do banheiro. Assim que parei e encostei na porta, pude ouvir a
seguinte frase: "Quando ele trazê-la pra cá, não me deixem de lado". Ela continuou a falar diversas outras coisas e por fim disse: "Vocês são a única coisa que eu tenho".
Juro por tudo que é mais sagrado que eu senti uma dor no coração ao ouvir aquilo. Então é isso que se passa em sua
mente? Eu te amo, nunca trocaria por ninguém. Você é a mulher da minha
vida, mãe dos meus filhos, dona da outra aliança que eu percebi que
ainda não tirou. É você quem eu quero! Pensei desesperado.
Desci as escadas até tonto. Eu não conseguia acreditar, ela ainda realmente sente algo por mim.
Continuei pensando incansavelmente, até que ouvi seus pés batendo na escadas significando que ela estava descendo.
Quando a avistei, não
pensei duas vezes, a agarrei e beijei com toda a minha vontade. Não
estava me importando se segundos depois iria levar um belo tapa no
rosto, apenas queria senti-la contra meus lábios. Eu quase podia sentir
ela me empurrar, mas notei algo surpreendente. Ela estava correspondendo
com lágrimas nos olhos, ela esperava e queria muito aquilo. Eu estava a
aproximando ainda mais para mim, quando de repente ela me empurrou se
soltando.
- Para! - Ela gritou e eu observava lágrimas desesperadas saírem de seus olhos. - Nunca mais faça isso!
- Eu te amo. - Mordi os lábios enquanto ofegava pelo beijo.
- É só uma questão de tempo até você me esquecer! - Numa tentativa fracassada, limpou as lágrimas.
- Eu te amo.
- Não, não ama! - Gritou.
- Eu te amo. - A olhei sério.
- Para! Pra que ficar dizendo isso?
- Além de ser a verdade,
é a unica coisa que você precisa saber que eu sinto. Pra ter uma noção,
eu amo mais os seus beijos do que a mim mesmo, são tão bons que não tem
nem com o que comparar! Eu não estou mentindo, é serio.
- Me esquece! - Subiu as escadas rapidamente e eu fui atrás dela.
Ela estava correndo pra dentro do quarto, mas eu consegui agarrá-la pela cintura, com cuidado, óbvio, ela estava se recuperando.
- Me solta - Sua voz e seu corpo estavam fracos.
- Eu ainda sei os efeitos que tenho sobre você, cada um deles. - Cochichei em seu ouvido. - Não adianta fugir.
- Tire as mãos de mim! - Tentou gritar, mas sua voz falhou o que a denunciava. Ela estava nervosa.
- Eu te amo. - Cochichei
novamente. - Eu te amo. - A virei devagar pra mim e fui me aproximando.
- Eu te amo. - A beijei lentamente.
Ela correspondia com
paixão. Seria inútil se não fizesse, eu a convenceria. Aquilo era bom, o
melhor eram as mãos dela. Uma no meu pescoço e a outra no quadril. Era
incrível o fato de que com um simples gesto, ela me deixava maluco.
Completamente doido por ela, ainda mais do que já era.
Depois do beijo, ela me abraçou forte com carinho e entrou no quarto fechando a porta na minha cara.
Primeiro ela corresponde e depois fecha a porta na minha cara. Não entendo...
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