Queridos Gêmeos - Harry Styles - Capítulo 4


Você
Estava amanhecendo e eu ainda estava acordada. Obviamente muito nervosa com a cirurgia, e eu também conseguia pensar em como minha vida iria seguir sem ele. Como iria cuidar dos meus filhos? Ser mãe solteira não era nada fácil, mãe de gêmeos então... nem se fala!
Eu apenas observava Gabriel dormir sentado na cadeira ao lado, será que ele vai me ajudar mesmo?
Enquanto eu pensava o médico abriu a porta.
- Bom dia, já são seis e meia. Está preparada pra ver seus filhos? - Sorriu.
- Em partes... - Falei nervosa.
- Não vai doer, eu prometo. - Tentou me passar segurança, mas não creio que tenha funcionado. - Começaremos daqui a meia hora.
Ele saiu e fechou a porta assustando Gabriel que pulou da cadeira. O mesmo me olhou e já pode perceber q preocupação em meu olhar.
- O que foi? - Me questionou.
- Meia hora! E se o Harry não chegar? - O olhei desesperada.
- Eu vou com você, não se preocupe. - Se aproximou e beijou minha testa.
- Não me deixe sozinha, pelo amor de Deus! - Segurei forte sua mão. - Já basta meus pais não estarem no estado.
- Não vou te deixar. - Sorriu.
Os minutos se passaram rápido e logo fui chamada para me preparar para a cirurgia.
Eu estava tão nervosa que isso estava atrapalhando nos efeitos dos medicamentos que aplicavam em mim. Quando enfim consegui me controlar, me levaram.
A minha raiva de Harry não estar presente quase ultrapassava o nervosismo da cirurgia. Meu marido ou não, ele ainda era o pai dos meus filhos.
Gabriel segurou a minha mão o tempo todo e era o que eu precisava, coisa que Harry deveria estar fazendo.
- Converse com ela. - O cirurgião pediu a Gabriel. - Ela precisa se distrair.
Harry
Eu havia chegado ao Brasil, já conseguir definir pelo clima. Peguei minhas malas e fui até a recepção.
- Com licença, onde pego um taxi?
- Vou chamar um. - Ela respondeu.
Ela me chamou um taxi e o dei o endereço que (SeuNome) havia me mandado.
Cheguei ao hospital num perceptível desespero, era movimentado demais. Eu queria saber com quem deveria falar e para aonde ir, até que vejo uma placa apontando para uma porta. Ela tinha o desenho de uma mãe e um bebê. Já era o suficiente.
Passei pela porta e entrei em uma sala, nela haviam vários homens sentados na cadeira e pareciam muito nervosos, ficavam balançando a perna freneticamente. Alguns andavam pra lá e pra cá, e outros passavam a mão pela cabeça. Fui até uma pequena recepção e falei com a moça.
- Queria saber sobre (SeuNome) Styles por favor.
Ela me olhou estranho e respondeu algo que não pude compreender.
- O que? Droga esqueci, não falo português! - Passei nervosamente as mãos pelo cabelo.
Mais uma vez a mulher falou algo e fez sinal para que eu esperasse. Claro, não entendi nada além do sinal. Se eu estava certo, ela não iria voltar tão cedo.
Sentei em uma das cadeiras vagas e um cara me olhou já falando.
- Perdido? - Falou rindo. - Sou Marcelo. - Estendeu a mão.
- Você me entende? Até que enfim! Sou Harry. - O cumprimentei.
- Eu sei. - Riu. - Primeiro filho?
- Na verdade, primeiros. São gêmeos.
- Você é marido da mulher que vai ter gêmeos? Nossa, ela estava ótima pra quem carregava duas crianças dentro daquela barriga. Ela é bem nova não é?
- Vinte e três anos.
- Vocês escolheram ter filhos agora?
- Somos casados há três anos, mas os bebês não foram planejados. - Rimos.
- Vão me dizer que estavam brigando antes de o que "não foi planejado" ser feito.
- Está absolutamente certo, nós realmente fazíamos coisas depois de uma briga. Vocês também?
- Sim. - Rimos. - E nós também não planejamos.
A recepcionista voltou, então Marcelo foi até ela e conversou. Depois da conversa ele veio e me disse:
- Ja nasceram, tanto o meu quanto os seus. - Sorriu e sorri ainda mais. - Sua mulher já esta no quarto descansando, mas parece que a recepcionista disse que já tem um lá dentro.
- É o amigo idiota dela. - Revirei os olhos.
- Ela disse que você pode entrar. Vamos comigo, é o mesmo quarto.
Eu segui Marcelo naquele hospital enorme que parecia mais um labirinto. Chegamos em um corredor longo que ouviam só choros de crianças.
Eu estava nervoso, iria ver minha minha família. Chegamos em frente à uma porta e Marcelo disse:
- É aqui - Disse nervoso da mesma forma que eu e girou a maçaneta.
Você
Ouvi o choro que esperava, era alto. Meu coração se aqueceu de alegria. Minutos depois ouvi outro mais forte, eles nasceram! Oh meu Deus, finalmente vou ver meus filhos.
A enfermeira se aproximou e cuidadosamente me mostrou eles. Eram lindos e pequenos, estavam chorando com os olhos fechados. Meus olhos se marejaram e eu podia sentir o meu coração saltar com amor àqueles pequenas seres. 
Depois de toda aquela emoção, me levaram para o quarto onde eu iria compartilhar com uma moça que já havia tido o filho.
- Gabriel, quero ver meus filhos. Cadê eles? - Perguntei desesperada.
- Se acalme, estão dando banho.
- E se eles roubarem eles? Vi muitos casos assim na televisão. Eu vou atrás deles! - Tentei me levantar mas gemi de dor. - Caramba isso dói!
- Não faça esforços. - A moça ao lado disse. - Os pontos podem abrir.
- Serio? - Perguntei assustada.
- Sim. Não se preocupe, eles já vão trazer seus bebês. - Sorriu. - Eu trabalho aqui, mas como pode ver, também acabei de ter o Alisson -Apontou pra um bebê que estava ao seu lado.
- O seu foi normal?
- Não, gravidez de risco. - Suspirou.
- Eu também.
- Seu marido? - Apontou pra Gabriel que estava distraído.
_Não, meu amigo. - Respirei fundo. - E o seu?
- Minha mãe me acompanhou, sempre preferimos as mães. São menos desesperadas. - Riu e eu a acompanhei. - Meu marido está a caminho. Onde está o seu?
- Deveria estar aqui. Mas deve estar num avião a caminho daqui ou na casa dele.
- Casa dele?
- Estamos nos divorciando.
- Ah. - Olhou surpresa. - De onde ele é?
- Inglaterra.
- Bem longe.
Eu conversava com Elisa quando a enfermeira chegou com duas crianças e meus olhos brilharam. Eram meus bebês! Ela colocou um em cada braço meu e saiu.
Eu olhava pra cada um deles no meu colo assim como Gabriel, meus bebês não abriam os olhos.
- Ei! Mamãe quer ver seus olhos! - Falei com eles.
De repente a porta se abriu e entraram um cara e... Harry! Ah meu Deus, ele está maravilhoso. Até evitei contato visual.
- Amor? - Ele me chamou e eu automaticamente olhei. - São eles? - Ri e depois gemi de dor. - O que foi? - Me olhou preocupado.
- Estou com muitos pontos na barriga.
Ele entendeu, e depois encarou Gabriel que estava em pé do meu lado. A cara dele não era nem um pouco boa, ele estava com os olhos cerrados e um clima ruim se instalou.
Gabriel percebeu e olhou pra mim com uma cara de "isso vai dar uma briga feia".
- Harry - Eu o chamei em tom de aviso. - Aqui não é lugar pra isso!
- Me desculpe - Abaixou a cabeça respirando fundo.
Depois que levantou ficou observando bebês sem se mover. Parecia nem respirar, apenas olhava as crianças.
- Harry, vem aqui. Não precisa ter medo. - Ele se aproximou ainda olhando as crianças. - Pegue um deles.
- Não. Eu tenho medo de machucar.
- Harry! - Ri.
- Eu não sei pegar um bebê.
- Se abaixe um pouco, eu vou colocar no seu colo. - Assim ele fez e eu coloquei Cody em seus braços. - Esse é o papai. - Falei com voz boba.
Harry olhava bobo pra ele, e de repente Cody abriu os olhos e Harry o olhou estranho.
- Amor, por que os olhos deles são escuros?
- Harry, os olhos deles talvez não vão ficar iguais aos seus.
- Por quê? São meus filhos.
Revirei os olhos.
- Você não consegue deixar de ser imaturo nem aqui? - Olhei para cima e respirei fundo. - Gabriel, pode chamar a enfermeira? Ela disse que eu deveria chama-la caso meu sangue subisse. - Olhei para Harry.
- Estou indo. - Saiu.
- O que você quis dizer com isso? Por que você faz isso comigo, não vê que estou tentando?
Ignorei e peguei o celular, e de repente Jessie se mexeu abrindo os olhos.
- Oi mamãe! - Falei por ela com voz boba. - Sou tão preguiçosa que só acordei agora!
Olhei automaticamente para Harry e ele sorria bobo. Ele geralmente não consegue me encarar por muito tempo, mas ele olhava fundo nos meus olhos, parecia sentir alguma coisa.
- Harry, o que foi? - O olhei estranho.
- Eu te amo. Não sei o que vai ser de mim daqui pra frente sem...
- Harry, chega. - Falei calma.
- Não! Você é a minha mulher e eu...
- Não, eu não sou! E se sou, não quero ser! - Falei alterada.
- Para com isso! - Ele estava com os olhos marejados. - Isso acaba comigo, não sabe o quanto dói.
- Sim, eu sei. Sei o quanto dói ser trocada! Dói perceber que não era o suficiente pro meu marido! Dói saber que ele estava com outra enquanto eu falava com minha barriga como uma maluca! Dói ter que assinar os papéis do divórcio mesmo pensando que viveria com essa pessoa pelo resto da vida! Então por favor, não me diga que "dói" me ouvir falar verdades na sua cara, porque não é nada que você não mereça!
Harry não falou nada, apenas colocou Cody no meu colo e saiu. O Marido de Elisa foi atrás dele, mas ela não disse nada.




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