Tudo Muda a Partir de Agora (Liam Payne) - Capítulo 1


Fui correndo para o hospital central da cidade num desespero quase que desnecessário. A notícia de que meu pequeno passou mal na creche me assustou. Eu estava saindo do trabalho quando recebi o telefonema de Meg dizendo que estava com ele e que eu não precisava me preocupar, mas como mãe isso é impossível.
- O que aconteceu, Megan? - Perguntei a minha melhor amiga assim que entrei no quarto do hospital.
- Alergia a nozes, você sabia?
- Mas é claro que sim, sou a mãe dele!
- Bom, a Srta. Kate não foi avisada. - Deu ombros.
- Como não? Foram as palavras que eu mais escrevi sobre os avisos dele. - A olhei indignada. - Ela vai se ver comigo quando eu entrar amanhã naquela creche! - Me irritei.
- Se acalma, por favor. Não foi ingerido em grande quantidade. Ele já está bem, não é James? - Ela olhou para meu pequeno que apenas sorriu.
- Não brigue com a Srta. Kate mamãe, ela não teve culpa. - Ele disse com aquela voz macia e suave que eu tanto amava.
- Tudo bem, meu anjo. - Me sentei ao seu lado e acariciei o alto de sua cabeça. - Mas você tinha que dizer a ela que não podia comer nozes.
- Mas eu esqueci, mamãe. - Deu ombros e suspirou.
- O importante é que está tudo bem agora. - Beijei sua têmpora.
Eu olhava bem para aqueles olhos castanhos e grandes que ele tinha. Por mais que eu estivesse um pouco nervosa com a situação, ele me deixava mais calma. Apenas de saber que ele estava melhor, já me fazia suspirar aliviada.
- (Apelido), preciso muito falar com você. - Meg se pronunciou em meio ao silêncio. - James, fique aí por um instante. Não vamos demorar, só vou conversar com a mamãe.
Não entendi o real motivo, mas saí do quarto junto á ela deixando a porta aberta.
- O que foi? - Perguntei confusa.
Ela balançou a cabeça e suspirou.
- Ele me perguntou novamente sobre o... papai. - Cochichou a última palavra e me observou séria. - Eu não sei mais qual desculpa inventar. Ele quer respostas, (Apelido)!
Cruzei os braços e portei uma expressão de preocupação.
- Meg, ele ainda é muito novo. - Tentei justificar.
Essa era a fase que eu mais temia.
- Ele tem quatro anos! Já tem idade suficiente pra saber que o pai dele é o seu melhor amigo! - Se estressou.
- Fique quieta! - Tampei sua boca ao notar que seu grito tinha sido alto demais.
Quando engravidei de James, não contei a ele. Tivemos uma relação, mas juramos esquecer. Éramos apenas amigos e logo depois, comecei a namorar um cara chamado Joshua cujo os dois se odiavam. Faz quase cinco anos que eu não vejo Liam e depois de ir embora, não mantive nenhum tipo de contato mesmo prometendo que manteria. Me mudei de cidade logo quando meu corpo começou a dar sinais e até então continuo aqui. Megan era a única que eu confiava, nos conhecemos logo quando me mudei e consegui meu primeiro emprego. Minha mãe me acompanhou até o nascimento de James, mas logo teve que voltar pra casa.
- (Apelido), já passou da hora. - Me olhou com compaixão. - Até quando você vai esconder isso dele? Ele nunca teve culpa.
- Eu sei, mas... - Antes de terminar, fui interrompida por ela.
- Pelo James, conte pelo menos alguma coisa sobre o pai dele. Se coloque no lugar dele, deve ser tão triste nem saber que é o próprio pai.
- Tem razão. - Me chateei ao pensar na situação. - Vou fazer isso agora. - A olhei decidida.
- Ótimo, boa sorte. - Sorriu e me abraçou apertado. - Tenho que ir.
- Ok, até mais.
Assim que Meg saiu, entrei no quarto um pouco receosa com o assunto.
- Por que demorou tanto, mamãe? - Me olhou curioso.
- É que eu estava pensando. - Sorri fraco.
- Pensando em que?
É agora.
- Se lembra quando perguntou sobre... sobre seu papai para a tia Meg?
- Sim. - Assentiu. - Por que ela não me responde? E por que eu sou o único da turma que não tem um papai? A Srta. Kate disse que todo mundo tem um papai. Então cadê o meu, mamãe? - Me olhou com aquela carinha triste que me cortava o coração.
- Meu amor...- Me sentei ao seu lado na cama e depositei minha mão em seus cabelos. - É claro que você tem um papai. Ele só é um pouco ocupado. - Tentei arrumar uma forma simples de explicar.
- Então é por isso que ele nunca vem me ver? - Continuou com aquele olhar tristonho. - Mas o papai do Noah vê ele todo mês, mamãe.
As perguntas pareciam cada vez mais difíceis de se responder e aquilo estava me deixando apreensiva.
- James, eu não sei onde ele está agora. Mas eu prometo que você vai conhece-lo um dia, ok?
- Jura juradinho?
- Juro. - Sorri e dei um beijo em sua testa.
Ficamos em silêncio por pouco tempo, mas ele voltou a falar.
- E como ele é mamãe? - Ele perguntou e eu imediatamente sorri me lembrando.
- Ele é bem alto! Também tem olhos escuros e um cabelo castanho. - Apertei levemente seu nariz e ele riu. - Assim como você.
Era bom poder vê-lo com um grande sorriso no rosto, era contagiante.
- Quando eu chegar em casa vou desenhar ele! - Ele se animou e sorriu.
Passamos cerca de mais duas horas no hospital até todos os exames estarem entregues. Então logo depois disso, fomos direto para casa descansar. Pelo laudo médico, James ficaria em casa por um dia. Ele estava bem, mas foi recomendado.
- James, você se lembra do que eu disse? Nada de sobremesa antes do jantar. - O repreendi.
- Desculpa mamãe. - Ele riu e colocou o doce de volta no pequeno pote de vidro.
- Quer me ajudar aqui?
Ele adorava me ver cozinhar. Sempre dizia que quando crescesse, abriria um restaurante com o meu nome.
- Sim! - Ele se animou e se aproximou.
Preparei o jantar e ele o suco. James sempre fazia o suco, era quase uma lei da casa. Assim que terminamos de nos deliciar com a comida, nós dormimos.
No dia seguinte, levantei um pouco mais do que de costume. Para minha sorte, eu estava de folga, mas teria que sair de qualquer forma para resolver algumas coisas no centro da cidade.
- Acorda meu amor. - O balancei devagar.
Ele odiava acordar cedo, mas eu tinha que sair e não poderia deixá-lo sozinho. Ele lavou o rosto, se aprontou e veio todo sonolento até mim com seu achocolatado de caixinha.
- Vamos. - Peguei sua mão e fomos até o banco.
Meu carro havia quebrado na semana anterior, e sinceramente fazia muita falta. Por conta disso, andamos por bastante tempo pelo centro da cidade, pra lá e pra cá.
- Mamãe, estou cansado. - Ele me olhou desanimado.
- Ok, vem. - O peguei no colo.
Meu celular tocou e com muita dificuldade, atendi Meg.
- Sim?
- (Apelido)? Não me estrangule, mas preciso de um favorzão.
- O que foi agora? - Revirei os olhos.
- Pode mudar o dia minha passagem?
- Por quê?
- Tive que adiar um pouco.
- E por que você não faz isso?
- Primeiro, eu tenho dificuldade com aeroportos. - Depois de uma briga com a atendente por causa de um taxi, até eu teria. - Segundo, o site está congestionado. Terceiro, eu não deixei os meus documentos dentro da sua bolsa a toa. E quarto, eu te amo mais que tudo nessa vida, linda!
- Ok! - Bufei. - Mas você me deve uma. Uma não, cinco! - Desliguei.
Fui até o aeroporto de taxi. Quando cheguei, a fila estava gigantesca e a preferencial parecia ainda maior. Peguei a "menor" fila e segui com James, que dormia no meu colo. Passei quase meia hora ali esperando chegar a minha vez. Assim que a senhora me chamou, ouvi o aviso de um desembarque, mas nada que eu não ignorasse em questão de segundos.
Graças a Deus! Depois de quase mofar aqui, me chamaram. Fui até o balcão, fiz o necessário e saí.
Antes de ir embora, resolvi passar em café do aeroporto. Eu estava andando há horas com um garoto de dezesseis quilos e meio e ainda não tinha tomado um café. Pensei seriamente em acordá-lo para tomar o cappuccino preferido dele, mas achei melhor o deixar daquele jeito. Peguei uma mesa próxima à Janela, me sentei com ele no colo e pedi um simples frappuccino.
- Como você é lindo. - Eu dizia enquanto olhava James dormir. - Impossível negar que você se parece com ele.
Enquanto eu tomava o líquido completamente distraída com aquele pequeno rosto angelical, ouvi uma voz me chamar.
- (Nome)?
Olhei imediatamente para o indivíduo ao meu lado e meu coração parou ao observar os olhos quais James puxou. - Liam?! - Gelei da cabeça aos pés completamente espantada.
Continua...

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